sábado, 24 de março de 2012

Análise: Jogos Vorazes (filme)

Não se fala em outra coisa. Estreou, nesta sexta-feira, a versão cinematográfica de uma das séries literárias mais aclamadas dos últimos tempos, que reúne, por si só, duas paixões minhas quando se trata de literatura: fantasia juvenil (tipo As Crônicas de Nárnia) e distopia (futuro pós-apocalíptico dominado por um governo ou algo ditatorial): Jogos Vorazes.
A saga, escrita em três livros (do qual somente o primeiro foi lançado em filme até agora) a partir de 2008 pela americana Suzanne Collins, trata de uma nação chamada Panem, que formou-se após a destruição dos Estados Unidos devido a uma grande guerra. O país compõe-se de uma capital dominante (chamada Capital mesmo) e doze distritos que a circundam, cada qual possuindo uma função importante na economia do todo. Na verdade, os distritos eram treze, mas, após uma rebelião de seus habitantes para com a capital, este foi destruído. Desde então, como forma de não permitir novas insurreições, criaram-se os Jogos Vorazes, competição onde dois adolescentes entre doze e dezoito anos (os "Tributos") são escolhidos por Distrito ao acaso pelo governo para lutarem em uma espécie de reality show transmitido ao vivo para toda Panem. Dos 24, apenas um deve sair vencedor.

Lawrence como Katniss Everdeen: 20 com cara de 16

Enfim, vamos ao filme. Fiquei bastante curioso pelo que a mídia havia escrito e dito sobre o filme, então fui ao Cinespaço e quis ver também.
O que mais me chamou a atenção desde o início de Jogos Vorazes (The Hunger Games, 2012) foi a "presença de palco" da linda Jennifer Lawrence (X-Men - Primeira Classe), que representa Katniss Everdeen, a protagonista. Uma grande atriz, sem dúvida, que mesmo com 20 anos e 1,70m cresceu diante da personagem, que tem 16 no livro. Nomeada ao Oscar de Melhor Atriz por O Inverno da Alma, em 2011, ela tem novamente chances desta vez. Ao seu lado, Josh Hutcherson (Ponte para Terabítia), como Peeta Meelark, o outro tributo do Distrito 12, cujo trabalho eu não conhecia, mas desponta para ser um artista com competência em Hollywood.
Sempre gostei dos filmes da Lionsgate (a saga Jogos Mortais, e isso não é coincidência), produtora que aposta em carnificinas para conseguir público, e consegue. Os filmes deles têm alma e falam por si só.

Atenção: o texto a seguir pode conter spoilers. Leia com cautela e não fique chateado comigo só porque ficou sabendo do final antes de olhar o filme.


A parte que os Tributos vão para a Capital é incrível. Películas que conseguem trazer este contraste para a tela, por exemplo entre a pobreza do Distrito 12 e a impecabilidade da Capital trazem um certo ar imparcial a quem está assistindo. Parece que o filme não pende para um lado nem para o outro, mas se mantém em cima de muro, fazendo de outras questões as mais importantes neste caso.
A Capital é moda. É uma grande moda, e a impressão que dá é que Jogos de certa forma debocha um pouco deste mundo das grandes passarelas. Os muito ricos são representados por gente de cabelo untado com produtos azuis, rosas, e de outras corres berrantes, que gritam aos olhos assim como as roupas, impecáveis e que são dignas dos integrantes da banda Restart. Tem até um Tumblr sobre isso, dê uma olhada lá. E o que dizer das unhas do filme? Matéria da revista Criativa, que não fala de cinema mas abriu uma exceção aqui. Imagina só: pra você ter uma ideia, o estilista de Katniss é Lenny Kravitz (o personagem Cinna)!
No geral as cenas de luta não são de todo fortes, e há uma pitada de humor e romance também, que deixa a atmosfera mais leve. A fotografia é boa também e vale a pena. Bom saber que a literatura se reinventa, e está conquistando mais adeptos, pois quem olhou o filme vai querer ler o livro, e vice-versa. Jogos Vorazes, que pelo título parece banhado em sangue, tem tantas batidas por minuto quanto um da série Harry Potter. Mas, neste caso, estamos mais para o lado da realidade mesmo.

Trailer oficial, legendado tem no Youtube (incorporação desativada pelo canal ;D)

Um abraço, e até a próxima!

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