sábado, 7 de fevereiro de 2015

Viajar é preciso

Sim! Hoje continuamos com nossa série de entrevistas, que trará, ao longo de suas postagens, opiniões de pessoas com relevância das mais diferentes áreas do conhecimento, e que se dispuseram a contar suas experiências para o blog.
Você já deve ter ouvido o famoso ditado, que afirma que viajar é preciso (conforme o título do post). Mas, a despeito da retórica toda, há muitos motivos para se colocar o pé na estrada: o descanso, a sensação de conhecer pessoas, culturas e lugares novos, além da aquisição de experiências e histórias para contar são apenas alguns fatores que podem influenciar na decisão de desapegar-se um pouco da rotina.
O Revista O Mate tem o prazer de entrevistar hoje sua madrinha, Débora Fortes Ávila, que contou-nos um pouco de sua motivação ao realizar um intercâmbio para o Canadá em 2013 e, principalmente, a sensação de se estar em local estranho, com pessoas estranhas, e com uma cultura bem diferente daquela que vemos no Brasil. E o que ela aprendeu com tudo isto.
A sabatina, que se compõe de respostas às perguntas enviadas por e-mail, foi realizada no início de 2014 (ou seja, após a viagem empreendida por ela), a partir de Novo Hamburgo, onde Débora mora atualmente.

O Mate - Como surgiu a ideia de conhecer outro país?
Débora - Desde pequena eu tinha vontade de conhecer o Japão, pela sua cultura, mas como entrei para a área da Administração, achei melhor investir no inglês e pensar em outro país. Tenho uma prima de segundo grau que estava fazendo intercâmbio na Nova Zelândia em 2009 que me incentivou a viajar. Na época, Vancouver era uma das cidades com melhor qualidade de vida do mundo, então comecei a pesquisar para ir junto com o namorado, que tinha a mesma vontade, mas nos faltou dinheiro e decidimos adiar nosso plano. Como nosso planejamento de vida teve de ser alterado, pois meu então noivo faleceu no ano de 2012, resolvi que deveria realizar logo aquele sonho, o que aconteceu em outubro de 2013.

O Mate - Quanto tempo ficastes fora do Brasil?
Débora - Fui para um intercâmbio de oito meses Work&Study, por quatro meses estudando inglês e mais um período semelhante trabalhando, mas acabei estendendo o meu visto para ficar como turista por mais quatro meses. Então fiquei, no total, um ano no Canadá.

O Mate - Como foi o primeiro contato com uma cultura diferente da nossa?
Débora - Fiquei maravilhada por ver a organização e o respeito das pessoas com tudo. Por exemplo, eles tiram os sapatos para entrar em casa, economizam água, que vem das montanhas, e tomam da torneira por ser natural. Também realizam a separação correta do lixo, os ônibus são pontuais e você acaba encontrando pessoas do mundo todo. Morei sete meses na casa de uma família afegã, mas que viviam no Canadá há alguns anos, e depois em uma republica de estudantes, onde viviam brasileiros, franceses, japoneses, gente do México, Índia, Austrália, Irlanda, entre outros.

Ponte Patullo, localizada sobre o rio Fraser, Vancouver, Canadá (Foto: Flickr/Kevin van der Leek)

O Mate - Qual a atração turística que mais te atraiu durante a viagem?
Débora - O passeio para as Montanhas Rochosas, onde foi a primeira vez que vi neve e alces. Fui duas vezes com uma empresa turística fazer esse passeio. A viagem é de quatro dias na estrada conhecendo lagos, montanhas, geleiras, cachoeiras e muita natureza na província de Alberta. As paisagens são tão perfeitas, que até parece filme.

O Mate - Como é a hospitalidade dos habitantes nativos do local que escolheste? Ou, ainda, como eles reagem à chegada de turistas estrangeiros?
Débora - Posso dizer que fui bem acolhida. Apesar de eu não falar e entender o inglês na época, as pessoas te ajudam por estarem acostumadas com estrangeiros, principalmente estudantes. Em Vancouver existe uma mistura de cultura muito grande de imigrantes.

O Mate - Como o fuso horário influenciou na adaptação no Canadá?
Débora - Não tive grandes problemas, pois eu tinha uma rotina na qual consegui me adaptar bem.

O Mate - Do que sentia mais falta?
Débora - Da família e dos amigos, por não terem estado perto e conhecido o paraíso junto comigo!

O Mate - Como foi a comunicação com a família e amigos que estavam aqui?
Débora - Com a tecnologia que temos hoje, era possível matar um pouco da saudade e contar as novidades por Skype, Facebook e WhatsApp. Família e amigos sempre unidos acompanhando semanalmente as fotos que eu postava.

O Mate - Passou por algum outro lugar antes de voltar?
Débora - Fui para Honolulu, no Havaí, conhecer as maravilhosas praias do lugar. Em algumas, não era nem possível entrar no mar pelas suas grandes ondas, como a Pipeline, onde o surfista Gabriel Medina ganhou o campeonato mundial de surf [em dezembro de 2014]. Achei o clima e paisagens parecidas com a do Brasil. Dormi cinco dias em um barco simples, um dia em hostel e um dia na casa de uma brasileira que conhecemos lá. Depois, fiquei uma semana na cidade de Toronto antes de embarcar de volta para o Brasil. A cultura de lá para Vancouver não muda por também ser o Canadá, onde eu já havia estado. A diferença é na cidade, movimentada, com prédios antigos, ao mesmo tempo modernos. Tem até bondinho lá. Para quem gosta de cidades metropolitanas, é uma ótima opção!

O Mate - Gostaria de voltar aos lugares onde visitou?
Débora - Com certeza eu voltaria a Vancouver, e para morar! Cidade perfeita, arborizada, educada, cultural e respeitosa!

Bonde em Toronto, Canadá (Fonte: Wikimedia Commons)

Havaí, Estados Unidos (Fonte: Divulgação/Débora Ávila)

Montanhas Rochosas, Alberta, Canadá (Fonte: Divulgação/Débora Ávila)

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Um jornal do car****

Certo, antes de começar, precisamos esclarecer que o blog continua com a mesma linguagem. Não achei melhor trocadalho (sic) para representar o texto descrito a seguir, e que, conforme prometido, contará uma história. E que começou há algum tempo.
Esta entrevista inicia uma série permanente no Revista O Mate, a qual converso com blogueiros, estudantes e pessoas de interesse geral do jornalismo, a fim de especificar um pouco a visão que cada um tem de suas criações, e da área a qual escolheram.
Agora sim, podemos continuar.

"Quando acontece uma merda gigante e ninguém encontra o responsável pela cagada, ninguém assume a culpa, então presume-se que seja do estagiário fantasma maconheiro que assombra a empresa plantando a discórdia." É desta forma que a jovem Thy Berneleau - Thy, na realidade, é apelido, o nome verdadeiro ela não revela, e o sobrenome, que se lê "Bernelô", também merece um complemento -, 25 anos, descreve, em algumas linhas, a coluna "O Estagiário Fantasma", publicada em seu blog Jornaralho, com gafes do jornalismo impresso ou aquele que, de certa forma, precisa-se ler para saber. São dicas, como ela mesma descreve nas postagens, de erros a serem evitados pelos profissionais ou graduandos de Comunicação Social. Apesar do peso da expressão, há atualizações frequentes no marcador.

Thy Berneleau: a mente por trás do Jornaralho (Foto: Reprodução/Facebook)

Além destes macetes, o Jornaralho, surgido em fevereiro de 2014, também tem uma seção de entrevistas com profissionais da área (inclusive uma com o saudoso Marcos Piangers) e o auxílio prático do desenhista Oberdan Machado, que colabora com ilustrações para a página e já ganhou homenagem por lá. Outras colunas também podem ser visualizadas, sempre com "umas boas colheradas de humor, canecas de café com sarcasmo e pitadas ácidas de palavrões (mas só alguns)", como ela mesma coloca na descrição geral.
De Porto Alegre, onde mora, a blogueira e estudante do Centro Universitário Metodista/IPA contou um pouco de sua rotina e explicou o porquê do nome da página.

O Mate - Qual a inspiração que tu tivestes para criar o blog?
Thy - No primeiro dia de aula, eu estava em êxtase, como todo calouro, e me surgiu ali a ideia de criar um blog sobre a rotina da faculdade. Sempre mexi com blogs desde 2003, mas naquela época eu só sabia choramingar porque o fulaninho não gostava de mim, ou como o meu pai não me entendia, como toda adolescente normal. Mas sempre fui autodidata e aprendi a mexer em HTML sozinha por tutoriais pela Internet. Então, eu tinha as ferramentas, e só precisava de um bom tema. Achava legal aquelas blogueiras de moda e cosméticos, mas não era a minha praia, não tinha paciência, conhecimento e nem dinheiro pra investir nisso. Quando veio o estalo de fazer o Jornaralho no dia seguinte eu coloquei-o em prática. Aluguei o domínio, mexi uns pauzinhos e tudo foi fluindo.

O Mate - Por que o nome Jornaralho?
Thy - Escolhi este nome porque queria um nome com sonoridade, algo que misturasse "Jornal" com alguma outra coisa, um nome marcante.

O Mate - Há críticas ao fato de o nome remeter a um duplo sentido, ou ainda ao fato de haver muitos palavrões no blog?
Thy - Recebi muitas criticas a respeito dos palavrões, que eu não deveria escrever palavrão no blog pois isso poderia fazer com que futuramente alguma empresa não me contratasse. Ora, palavrão é uma marca do blog, por isso o nome Jornaralho, é para ser informal. No momento que uma empresa me contratar, ela estará ciente de que como contratada eu farei o que a empresa quiser que eu faça, e escreverei como a empresa quiser.

O Mate - E quanto ao perfil dos leitores da página?
Thy - Escrevo para pessoas que tem pensamento parecido com o meu, para pessoas que se identificam comigo e minha maneira de pensar.

O Mate - Tu sentes que tuas opiniões afetam a permanência dos leitores no Jornaralho?
Thy - Certa vez me disseram que eu posso escolher o caminho neutro ou então dar minha opinião correndo o risco de perder alguns leitores. Eu ainda prefiro manter a originalidade e mesmo perdendo alguns leitores manter meu pensamento.

O Mate - Como tu descreves o perfil atual do blog?
Thy - Com o tempo (e com a Copa), percebi que por se tratar um blog sobre jornalismo haviam assuntos que não poderia deixar de comentar, aqueles assuntos que estão muito na mídia. Por isso de um diário de bordo ele acabou englobando outros assuntos e até dicas profissionais, tudo isso sempre com muito bom humor :)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Nossos papos de Ano Novo

Faz tempo. Quando o indivíduo argumenta estas palavras, geralmente é por estar sentindo-se culpado por algo que fez e deixou de fazê-lo. Subentende-se também, que há certa obrigação de realizar alguma explicação do porquê deste tempo todo ser transcorrido sem que ele tenha feito algo.
A última vez que escrevi n'O Mate foi em julho, no inverno da alma. Naquela época, não sabíamos se estávamos mais gelados em função do clima ou da derrota iminente que o país sofreu no Campeonato Mundial de Futebol; pelo menos, venceu lá quem nos venceu cá. Sobre isto, não há mais o que dizer.

Ano novo, estamos mudando, de novo. Ainda quero fazer do Revista O Mate uma página grande e inovadora, e estou pensando em formas de como criar conteúdo para ela.

Em 2015, pela primeira vez em bastante tempo, posso adiantar algo concreto: o blog terá conteúdo de fora. Precisamos de novos ares, novas ideias, visões distintas sobre a vida, o universo e tudo o mais. Ao longo do ano, prometo que farei o possível para humanizar as postagens, e trazer opiniões de outras pessoas sobre o jornalismo, e sobre aspectos em geral que envolvem este mundo. E já temos nossa primeira convidada para a série.

Ela é gaúcha de Porto Alegre, ousada, perspicaz, blogueira há pelo menos doze anos - conforme o site oficial -, e itinerante. Ela tem um desenhista, chamado Oberdan Machado, que a ajuda em seu blog. O Revista O Mate tem a honra e o privilégio imensuráveis de receber, em breve, para nosso primeiro papo de 2015, a também estudante de Jornalismo Thy Berneleau, do blog Jornaralho. Sério, certa vez escrevi a ela contando da admiração que tinha por suas postagens, e o quanto gosto do estilo direto e sincero das postagens, parecendo fala. Isso faz pouco tempo.

Estamos mudando, tudo para proporcionar a melhor experiência de leitura para o seguidor d'O Mate, e até para o curioso de passagem. Todos são iguais perante o blog.

Feliz 2015, crianças :)