sábado, 25 de janeiro de 2014

3650 dias de Orkut


O ano era 2004. Em algum lugar da Índia, muito longe daqui, alguém teve uma ideia genial: criar uma rede social com o objetivo de juntar pessoas com interesses em comum. Caso alguém encontrasse afinidade com determinada ideia, podia adicioná-la ao seus interesses através das chamadas "comunidades", e acompanhar, assim como em um fórum, as postagens sobre aquele assunto. Se houvesse afinidade entre duas pessoas, a primeira "adicionava" a segunda, e, mediante um aceite desta, a primeira podia receber atualizações constantes desta em sua página principal, e vice-versa.
Não entendeu? É mais simples do que parece. Ideia simples, e foi desta forma que nasceu o Orkut.
Em agosto de 2008, escrevi um pouco sobre ele no desativado Blog Azul da Morte, o que era o máximo, pois, em seu auge - mais ou menos naquela época -, a rede social começava a receber aplicativos para integrar ainda mais seus usuários.

Nada de sites de notícias, o noticioso da internet estava no Orkut. Fonte aqui, link da matéria real aqui.

Sites assim não são novidade. Em um terreno quase totalmente dominado atualmente pelo Facebook (há controvérsias que afirmam que há concorrência, pelo menos no mundo oriental), o Orkut mostrou-se extremamente importante como ferramenta de registro histórico no Brasil. Sério, não é exagero, temos nos servidores do Google, que hospeda, com muita relutância, as inúmeras páginas, fotos, recados e depoimentos, nada mais do que uma grande amostra de tudo o que foi assunto de dez anos para cá. Com cerca de trinta e cinco milhões de usuários ativos no país no pico de sua utilização, o Orkut guarda todas estas memórias de maneira que nenhuma outra plataforma colaborativa trouxe na história da internet. Que o diga as classes C e D, que impulsionaram muito a ascensão do site à categoria citada. Inclusão digital e Orkut caminham lado a lado, até hoje.
Pois bem, em 24 de janeiro último, a rede social preferida dos HUEHUE BR BR completou dez anos. É uma década de histórias, contadas através de seus milhões de perfis, ativos ou não (por "ativos" diz-se daqueles não migrados para o Google+, natimorto). Dez anos de GIFs comemorativos, de colheitas felizes.
Para a internet brasileira, que, na época da popularização do site, ainda estava na era discada e majoritariamente dominada pelos computadores de mesa, cerca de metade do tempo.

Infográfico mostrando o poder do Orkut: isso aí em 2011, lembra?
Teve gente que ganhou um dinheiro razoável com o sucesso da rede. Mais como administrador de comunidades, em que havia anúncios patrocinados em um esquema independente gerenciado por ele próprio, mas também havia quem ajudava amantes da música através do upload de álbuns inteiros de forma gratuita - lembrança do Discografias, maior comunidade do gênero no Orkut, entre outras formas de utilização do site. As possibilidades eram infinitas.
Mesmo perdendo mais de noventa e cinco por cento de market share em três anos, o Orkut nunca perderá sua magia. Como rede social que deu vazão aos pensamentos dos brasileiros, em sua maioria, ele deve ser posicionado em destaque junto aos sites que fizeram relativa fama no Brasil. Ali, junto aos eternos seniores.

Semana que vem é a vez dos não menos importantes, e coincidentes, dez anos do Facebook, a serem comemorados, de acordo com a Wikipedia, em 4 de fevereiro próximo.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Um ano depois

Fogos de artifício em Palm Islands, Dubai (Emirados Árabes), 1º de janeiro de 2014: ano novo, novos pensamentos. Fonte: MSN

Há algumas semanas, resolvi: a Revista O Mate voltaria, ainda melhor talvez, com mais postagens e interatividade. Como isto me traria mais uma vez responsabilidades e até estreitamento de laços com pessoas que julgava de certa forma distantes, não hesitei em começar de novo. Creio que eu esteja mais maduro, focado e interessado em trazer uma visão própria de fatos que, outrora, seriam completamente indiferentes.
Em doze ou dezoito meses de hiato, o mundo mudou um pouco, e as alegrias se multiplicaram, assim como minha gratidão com relação à forma com que fui convencido a voltar a publicar postagens aqui. Hoje, até me sinto mais preparado para o desafio, de novo.
É mais ou menos o oposto do que coloquei no atualmente desativado BADM, em abril de 2010, quando o fazia, e que possuía um relativo sucesso. Acabei não colaborando comigo mesmo e a proposta inicial acabou esquecida. Da mesma maneira, é muito frágil a linha que separa o passado com o futuro desta, e somente desta página. Nunca considerei a Revista (primeira vez que chamo o blog assim) como deixada de lado; o brasileiro típico pouco escreve.
Ter um blog até fará uma diferença considerável: iniciarei a faculdade de Jornalismo na Universidade Feevale em fevereiro, e ter uma página do tipo é considerado parte do ciclo acadêmico.
Já há postagens bacanas no forno, e estarei colocando-as aqui ao longo do tempo. Talvez a Revista mude um pouco o foco das publicações, mas, a fim de ser tratado como herança, este blog preserva a identidade original. E será assim.