sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

A SOPA mais amarga da internet

Um dos ecos de 2011 que ainda ressoam neste ano na internet mundial pode trazer graves consequências aos conteúdos distribuídos na rede. Estou falando do já conhecidíssimo e polêmico SOPA (Stop Online Piracy Act), projeto de lei do Congresso norte-americano que, se aprovado, pode mudar as diretrizes de diversos sites.

Capitólio, em Washington: daqui vai sair a decisão que pode mudar a internet que conhecemos

Claro que um roteiro desses já conhecemos, mas uma ideia como esta estava restrita somente à ficção. À princípio, um projeto que regulamentaria a internet nos Estados Unidos, ou no mundo in loco, já que as maiores gigantes do setor estão lá, parecia válido, mas se pararmos para pensar que, além disso, o governo dos EUA adquire o direito de rastrear onde os usuários de internet de todo o mundo estão visitando, aí é outra história.
Você pode pensar que a imprensa, como um todo, é golpista e que uma lei dessas não faria sentido em lugar nenhum, mas se você é um desses, saiba, está enganado. Desde que corporações de tecnologia ficaram frente a frente com as empresas geradoras de conteúdo de entretenimento, a coisa começou a ficar tensa. De um lado, Google, Facebook, Wikipédia, Amazon, eBay e outras que dependem do compartilhamento de conteúdo para sobreviver, de certa forma. De outro, Universal Music Group, Warner, Disney, entre várias que apoiam o projeto. Para você, abro a discussão de novo, quem é mais importante?
Já se sabe que a pirataria consome recursos que a indústria da música poderia arrecadar. Mas eu, a meu ver, nunca gostei desta história de "indústria". Tá certo, a música e o cinema não seriam os mesmos se não houvesse corporações que gerenciassem seus artistas e suas produções, mas isto não é justificativa. PIRATARIA é ainda outra história. Mas o SOPA engloba tudo isto. Qualquer compartilhamento de conteúdo seria suspeito.
E isto não é bom para a internet em geral. Sou contra o SOPA e digo mesmo: em alguns casos, a imparcialidade não vale, ainda mais quando mexe com o bom senso coletivo.

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Nota: o Brasil é da turma do "deixa-disso": aprovou o fim dos impostos para CDs e DVDs de artistas nacionais. É um começo, felizmente.

Um abraço, e até a próxima!

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